História de Cascais (english version, scroll down)
Cascais é uma vila portuguesa no Distrito de Lisboa, com cerca de 33 300 habitantes. Situa-se a cerca de 30 minutos de Lisboa, junto à orla marítima. É a 4ª vila mais populosa de Portugal (depois de Algueirao-Mem Martins, Rio de Mouro e de Oeiras), a qual se tem recusado ser elevada a categoria honorífica de cidade, por motivos turísticos. Cascais é sede de um município com 97,07 km² de área e 181.444 habitantes, subdividido em 6 freguesias.
As freguesias de Cascais são as seguintes:
• Cascais
• Alcabideche
• Carcavelos
• Estoril
• Parede
• São Domingos de Rana
O município é limitado a Norte pelo município de Sintra, a Leste por Oeiras e a Sul e a Oeste tem costa no Oceano Atlântico, na famosa Costa do Estoril. Há pouco mais de 100 anos atrás, e devido aos maus acessos, costumava dizer-se que a "Cascais, uma vez e nunca mais". Porém a vila de Cascais é, desde finais do século XIX, um dos destinos turísticos portugueses mais apreciados por nacionais e estrangeiros uma vez que o visitante pode desfrutar de um clima ameno, das praias, das paisagens, da oferta hoteleira e gastronómica variada, e animação.
Cascais é um produto da Baixa Idade Média, existindo povoamento na sua região desde tempos muito antigos. Foi reconquistado aos árabes e passou para a mão dos reis portugueses no século XII.
Na segunda metade do século XII, Cascais é uma pequena aldeia de pescadores e lavradores.
O topónimo Cascais parece derivar do plural de "cascal" (monte de cascas), o que se deve relacionar com a abundância de moluscos marinhos aí existentes. Ainda assim, o território que actualmente alberga o concelho é sobretudo habitado no interior, denunciando a hegemonia das actividades agrícolas e o receio dos ataques dos piratas mouros e normandos. Em meados dos finais do século XIV, por deliberação de El-Rei D. Pedro I, Cascais foi elevado à categoria de Vila, com jurisdição cível e crime própria. No entanto, só em 1370 El-Rei D. Fernando confirmou a decisão de seu pai D. Pedro, criando o termo do concelho.
É por esta época que surge a paróquia de Santa Maria de Cascais.
Com o decorrer do tempo, Cascais passa a ser composto por duas freguesias:
• Nossa Senhora da Assunção;
• Ressurreição de Cristo.
O movimento da baía acresce no período inicial dos Descobrimentos e Expansão, ordenando D. João II, em 1488, a edificação de uma torre defensiva. É em Cascais que desembarca Nicolau Coelho, o primeiro capitão da armada de Vasco da Gama a chegar da Índia, no intuito de se deslocar até Sintra para informar o monarca da boa nova. Mais tarde, em 15 de Novembro de 1514, D. Manuel I concede o foral de vila a Cascais, o primeiro texto regulador da vida municipal, uma vez que persistia a utilização do foral de Sintra.
No ano de 1580 as tropas espanholas, sob o comando do Duque de Alba, desembarcam em Cascais, conquistando a fortaleza e saqueando a vila. Também sob o domínio filipino, em 1589, aquando da tentativa gorada da conquista de Lisboa conduzida por D. António, Prior do Crato, os soldados ingleses que o acompanham roubam a povoação.
Consciente das deficiências defensivas da região, D. Filipe I mandará levantar a Fortaleza de Santo António do Estoril e fortificar com baluartes a antiga torre joanina de Cascais, que passa a ser conhecida por Fortaleza de Nossa Senhora da Luz. Não obstante, após a restauração da independência, em 1640, procede-se à edificação de uma vasta linha defensiva no litoral concelhio, ampliando-se e restaurando-se as fortificações existentes e construindo-se mais de uma dezena de fortalezas, sob a direcção do Conde de Cantanhede, encarregue da defesa da barra do Tejo, porta de acesso à cidade de Lisboa. De entre as estruturas então levantadas importa destacar a Cidadela de Cascais que, construída junto à, reforça consideravelmente a defesa deste ponto estratégico da costa.
Ainda que se tenha empenhado sobretudo no desenvolvimento do Concelho de Oeiras, Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e depois Marquês de Pombal, apresenta-se como um dos principais defensores da vinha e do vinho de Carcavelos, devendo-se-lhe, ainda, a concessão de benefícios para a edificação da Real Fábrica de Lanifícios de Cascais, em 1774. Todavia, aquando do terramoto de 1 de Novembro de 1755 a vila fora quase totalmente destruída.
A partir de 1859, com o início da construção da estrada ligando a vila a Oeiras e, depois, da estrada até Sintra, Cascais parece libertar-se da estagnação. Em 1868 surge o Teatro de Gil Vicente e dois anos depois a Família Real decide tomar banhos de mar em Cascais, adaptando os aposentos do Governador da Cidadela a Paço Real. A vila transforma-se na rainha das praias portuguesas, enquanto o surto vilegiaturista imprime um rápido desenvolvimento a toda a orla costeira concelhia, coadjuvado pela inauguração do primeiro troço de caminho-de-ferro entre Cascais e Pedrouços, em 30 de Setembro de 1889.
É este o período do florescimento dos Estoris. Primeiramente o Monte Estoril, sob o impulso de uma poderosa companhia, depois São João do Estoril, onde triunfa um individualismo secundado pela fama dos Banhos da Poça. Desponta, ainda, a nova Parede, projectada por Nunes da Mata, pelo que as antigas povoações do interior tendem a secundarizar-se, fenómeno a que se associam, mesmo, sedes de freguesia como Alcabideche e São Domingos de Rana.
Finalmente, sob a visão de Fausto de Figueiredo e do seu sócio, Augusto Carreira de Sousa, surge, em 1913, o projecto do Estoril enquanto centro vilegiaturista de ambições internacionais. O início da I Guerra Mundial implicará atrasos consideráveis na sua concretização, pelo que só em 16 de Janeiro de 1916 se procede à colocação da primeira pedra para a construção do casino.
Segue-se um período de intensa construção nas zonas conquistadas ao pinhal, às terras de lavoura e às pedreiras, facilitada, desde 1940, pelo fácil acesso rodoviário proporcionado pela estrada marginal, junto ao mar. O concelho assume-se, então, como centro turístico de primeira ordem, recebendo durante e depois da II Guerra Mundial um elevadíssimo número de refugiados e exilados, de entre os quais importa destacar os Condes de Barcelona, o Rei Humberto II de Itália, Carol II da Roménia e inúmeras figuras do panorama desportivo e cultural.
Ainda hoje Cascais continua a manter esta vocação de espaço de acolhimento, norteando a sua actividade turística e cultural pelos critérios de qualidade exigidos pelos seus frequentadores.
Cascais honra-se de ter sido a primeira terra de Portugal a realizar uma experiência bem sucedida de iluminação eléctrica e a electrificar a tracção no seu ramal ferroviário.
Pertence, também a Cascais a única ponte existente sobre o Oceano Atlântico: a ponte de Santa Marta.
A história de Cascais é rica praticamente desde a sua constituição como Vila pela sua importância estratégica quer na era dos descobrimentos, quer depois da Restauração de Portugal, quando se construiu uma série de fortificações destinadas à defesa da costa e a entrada no Tejo. De igual modo os Presidentes da República procuraram também Cascais para passarem as suas férias, tendo mesmo o Almirante Américo Tomás fixado a sua residência particular na nossa Vila.
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ENGLISH VERSION:
The history of Cascais goes back to the 12th century, where the coastal settlement was depending administratively on a town located to the north, Sintra. The village lived from products both from the sea and land. In the 13th century, Cascais started selling fish to Lisbon. A century later, the population started to grow rapidly and had to start expanding outside the castle walls. The prosperity and growth led to administrative independence from Sintra in 1364. The village and its surroundings were owned by João das Regras (died 1404), a lawyer and professor of the University of Lisbon who was involved in the rise of King John I to power as first King of the House of Aviz.
Since the middle Ages, Cascais lived from trade of fishing, maritime commerce and agriculture. The humble town produced and sold a wide range of products like wine, olive oil, fish, cereals, and fruits. Cascais was not only of commercial importance, it was seen as a strategic post in the defense of Lisbon. Around 1488, King John II started with the fortification of Cascais and built a small fortress by the sea. During the Spanish invasion in 1580, the medieval fortress appeared no match for the Spanish troops led by the Duque of Alba and took over the village. This fracas eventually led to the union of the Portuguese and Spanish crowns. The fortress was expanded and turned into a typical renaissance citadel with the characteristic flat profile and star-shaped floor plan by King Philip I towards the end of the 16th century. Over the following centuries several more fortresses were built in the area. Most of them still exist and some can be visited.
A large portion of Cascais heritage was heavily damaged by the great Lisbon earthquake in 1755. Around 1774, the Marquis of Pombal’s wine estate built a reputation for Carcavelos of fortified wine production and established the region as a winemaking center in the 18th century. Prior to this, Pombal sold his grapes to Port wine producers in the Douro. This was in violation with regulations created by himself in 1756, to guarantee the authenticity of Port. The new regulations mandated that Port was only to be produced completely from Douro grapes. In the early 19th century, the wines were very popular with the Britain and were sold at markets in London..
The glitz and glamour of Cascais started when King Luís II decided to turn the citadel of Cascais into his summer residence. From 1870 to 1908, the Royal Family came to Cascais to enjoy the sea, turning the humble fishing village into a cosmopolitan holiday destination. The town was Portugals first to have electric light in 1878, thanks to King Luís. The citadel also gained better infrastructure and roads to Lisbon and Sintra, a casino, bullfight ring and sports club. Many noble families built glamorous mansions and swanky villas in the area.
In 1896, King Carlos I, a lover of all maritime activities, installed in the citadel the first oceanographic laboratory of Portugal, from which he led a total of 12 scientific expeditions to the coast. In 1908 King Carlos was Assassinated in Lisbon.
In the 1920’s, Carlos Montez Champalimaud started the process of stabilizing sand dunes at the Quinta da Marinha estate, located between Cascais and Sintra. When the dunes were getting back their natural strength he hired the famous architects Cocket and Burns to draw up the first urbanization plan for the estate. The number one priority was environmental conservation and defense of nature.
Another important step in touristic development of the area was set with the creation of a Casino and infrastructure for luxury holidays around Monte Estoril. During World War 2 the development of the area accelerated further as Cascais became home of many exiled royal families from Europe, due to Portugal’s neutrality, the town’s elegance and royal past.
Even though Cascais has grown enormously over the years, the centre of the Costa do Sol, still retains much of the old charm of its fishing past and indeed present. The daily fish catch is still auctioned at the square near the harbor and colorful boats still dance in the harbor. The owners are often found mending nets on the quay. Legend even has it that it was a Cascais fisherman called Afonso Sanches, who discovered the New World ten years before Columbus did in 1492.
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